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Servidores do Incra/Santarém repudiam o uso da autarquia como instrumento político pela atual gestão e deputado federal


Em nota e ato realizado nesta quarta-feira (13), os trabalhadores desmentiram o conteúdo exposto em faixas de agradecimento ao deputado Wladimir Costa, em função de uma suposta aquisição de viaturas.

Foto: Servidores do Incra-Santarem

Nesta quarta-feira (13), servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Tapajós, com sede no município de Santarém (PA), denunciaram o uso da imagem da autarquia federal, da estrutura e dos trabalhadores para uso político pela atual gestão do órgão, sob condução do superintendente regional Mário Sérgio da Silva Costa, e pelo deputado federal Wladimir Costa (SD-PA), irmão de Mário Sérgio.

Em ato realizado em frente ao órgão, em Santarém, e em nota, os servidores destacam que “os servidores do INCRA/SR-30 não somos cúmplices da atual política agrária, não temos nada a agradecer ao deputado federal Wladimir Costa, não autorizamos a confecção de faixas e documentos em nome dos servidores e vimos a público repudiar e denunciar o uso indevido da imagem, da estrutura e dos servidores do INCRA/SR-30 em comícios políticos pela atual gestão do Incra e por políticos e candidatos do Partido Solidariedade”, aponta um trecho da nota compartilhada com organizações sociais e imprensa.

O trecho faz menção às faixas expostas em atividade realizada no dia 26 de maio para entrega de Contratos de Concessão de Uso (CCU), no Sindicato Rural de Santarém (SIRSAN), uma entidade patronal. Mobilizados pelo superintendente à irem na atividade, os servidores surpreenderam-se ao se deparar com um comício político, com presença de políticos e possíveis candidatos às eleições pelo Solidariedade. Como a atividade era dirigida aos agricultores da região, os servidores a classificaram como uma “exploração da imagem e da estrutura da autarquia frente a expectativa de agricultores acerca da execução de políticas públicas pertinentes ao Incra”, diz outro trecho do documento.

Os servidores também repudiam o uso da assinatura dos trabalhadores nas faixas de agradecimento dirigidas ao deputado Wladimir Costa, por suposta compra de viatura para o órgão. “Entendemos que essa é uma apropriação ilegítima e leviana da imagem dos servidores do INCRA, que nunca manifestaram gratidão ao citado parlamentar e a nenhum outro, haja vista um deputado federal custar mais de 2 milhões de reais por ano aos contribuintes, e em geral fazer menos que sua obrigação”, contestam os servidores.

Veja a nota completa

Moeda política
A posse de Mário Sérgio, em agosto de 2017, é compreendida como uma moeda de troca pela defesa do deputado federal à permanência de Michel Temer (MDB) na presidência. O deputado foi um importante interlocutor na Câmara pela rejeição da admissibilidade da investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da denúncia realizada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de cometimento de crime de corrupção passiva por Temer.

O parlamentar “dos confetes”, em referência ao comportamento na votação do impeachment de Dilma Rousseff (PT) pela Câmara, ainda é conhecido por um conjunto de processos e investigações, entre eles a ação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará que cassou, em julho de 2016, o mandado por Wladimir ter recebido R$ 410 mil “oriundo de fontes não declaradas” para a campanha de 2014, quando foi reeleito para o Congresso. O parlamentar entrou com dois recursos no TSE, para continuidade do exercício do mandato. O recurso ainda aguarda uma decisão do TSE.

 

 

 




Eixos: Democratização da justica e garantia dos direitos humanos