Amazônidas do Brasil, Peru e Colômbia debatem modelo de desenvolvimento na Amazônia, em evento virtual
Assessoria de comunicação Terra de Direitos
No próximo dia 13 de julho, amazônidas do Peru, Brasil e Colômbia se reúnem em uma roda de conversa virtual para debater desafios enfrentados na região amazônica. Distribuída em nove países da América da Sul, a Amazônia sofre de maneira acentuada e desproporcional, neste momento de pandemia, os impactos diretos do capitalismo, colonialismo e do racismo.
No Brasil, além de sofrer com o colapso do sistema de saúde pela pandemia de Covid-19, a Amazônia tem enfrentado a ação de desmatadores, que não fazem quarentena. Em abril, os índices de desmatamento na região foram os maiores registrados em 10 anos. Foram 529 km² de floresta derrubada no mês – um aumento de 171% comparado ao mesmo período do ano passado.
O crescente papel das Forças Armadas nas operações de fiscalização ambiental na Amazônia também é motivo de críticas. A deflagração da Operação Verde Brasil 2, em maio deste ano, também traz preocupações, pois além de controlar os órgãos ambientais, representa a maior utilização de recursos públicos e menor transparência de gastos e controle da social.
Leia | Quais as ameaças por trás da militarização do combate ao desmatamento na Amazônia?
Amazônidas brasileiros também tem resistido às investidas do governo Bolsonaro. Em fevereiro, o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque apresentou o projeto de lei 191/2020, para tentar regularizar a mineração em terras indígenas.
Além disso, em dezembro de 2019, o presidente assinou a Medida Provisória 910, conhecida como ‘MP da Grilagem’. Organizações e movimentos sociais denunciam que proposta do governo – que agora tramita como Projeto de Lei 2.633/2020 – pode incentivar a regularização de terras griladas, aumentar o desmatamento e paralisar os processos de demarcação de terras indígenas e territórios quilombolas. Os maiores impactos dessa proposta também devem ser sentidos na Amazônia.
Esses e outros desafios enfrentados na região no Brasil serão apresentados na Roda de Conversa por Pedro Martins, advogado popular da Terra de Direitos, e Nara Baré, coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Representantes de organizações do Peru e Colômbia também trarão elementos do contexto de outros países da Amazônia.
Programação
A roda de conversa será realizada no dia 13 de julho, e terá início às 15h, no horário de Brasília (às 13h do Peru e Colômbia, e 19h em Portugal). O evento é promovido pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e é organizado em parceria com a Terra de Direitos, com a Universidad del Sinú e Universidade Nacional da Colômbia.
A atividade será realizada de forma remota, pela plataforma Zoom, e contará com a participação de:
- Juan Alberto Cortés Gómez - Universidade Nacional de Colômbia (Colômbia)
- Harold Rincón – OPIAC-Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (Colômbia)
- Ketty Marcelo Lopes – Organizacão de Mulheres Indígenas Amazônicas Asháninkas de la Selva Central (Peru)
- Nara Baré – COIAB-Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Brasil)
- Pedro Martins – Terra de Direitos (Brasil)
A roda de conversa será mediada por Edwin Rubio Medina, da Universidade del Sinú (Colômbia) e por Luana Coelho, do Centro de Estudos Sociais/ Politics – Universidade de Coimbra (Portugal).
Link para participação (a sala abrirá apenas no momento do evento): https://bit.ly/dialogosAmazônia
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