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MAB | Se não houver avanços reais, atingidos prometem novos protestos em Belo Monte


mab1Fonte: MAB

Após o bloqueio na Rodovia Transamazônica realizado ontem (27) por atingidos pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, o Movimento dos Atingidos por Barragens conseguiu uma reunião de negociação com a empresa Norte Energia, dona da barragem. A reunião foi realizada no final da tarde de hoje (28).

Entre os pontos negociados ficou acertado uma reunião entre representantes do MAB com a Clarice Coppetti, diretora financeira da Norte Energia, e Duilio Diniz, presidente da empresa. A reunião ficou agendada para a próxima semana, em Brasília. Além disso, ficaram marcadas reuniões do consórcio e do Incra com os atingidos da comunidade de Assurini, a fim de que apresentem áreas e os modelos para o reassentamento. Assurini é o maior assentamento rural do Pará, com aproximadamente 30 mil pessoas.

A empresa se comprometeu em manter a agenda de trabalho que já vem realizando com o Movimento para, uma vez a cada 15 dias, discutir o andamento da pauta dos atingidos. Na reunião de hoje os representantes da empresa afirmaram que até o final do ano todas as famílias serão reassentadas.

O MAB busca garantir os direitos das famílias atingidas pela obra, como indenização justa, reassentamento e cadastramento das famílias que não estão sendo consideradas como atingidas pela Norte Energia.

Os atingidos saíram animados com as conquistas, mas caso a empresa não cumpra com o que se comprometeu, afimaram que farão outras mobilizações no próximo período.

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Atingidos por Belo Monte bloqueiam a Transamazônica 

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Desde a madrugada deste dia 27 de maio, mais de 350 atingidos pela barragem de Belo Monte estão bloqueando a rodovia Transamazônica. O objetivo da mobilização é avançar na conquista dos direitos, já que muitos direitos estão sendo negados pela prepotência e descaso da Norte Energia, dona da barragem.

Estão participando da ação atingidos dos municípios de Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo. Moradores dos baixões e de bairros de Altamira, além de carroceiros também participam. Os moradores já deslocados para o reassentamento Jatobá estão descontentes com a péssima qualidade das casas que receberam.

Os indígenas que há cinco dias bloqueiam o acesso ao canteiro de obras de Belo Monte passaram pela manifestação dos atingidos para manifestar solidariedade. Segundo as lideranças do Movimento dos Atingidos por Barragens, mesmo em locais separados, a luta é a mesma: pelos direitos de milhares de pessoas que estão sendo prejudicadas com a construção da barragem. “Reconhecemos a luta histórica na região do Xingu, estamos unidos à luta justa travada pelos indígenas entendendo que a nossa causa é a mesma, e repudiamos toda forma de violência contra eles”, afirmam as lideranças do MAB.

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Reivindicações

Entre os diversos pontos da pauta de reivindicação, os manifestantes exigem casas de qualidade, escola, saúde, área para comércio, verba de manutenção e meios de subsistência para as famílias que foram e serão deslocadas para os reassentamentos urbanos e coletivos de Jatobá, São Joaquim e outros, além de abertura de novos cadastros, pois ainda há muitas famílias atingidas que não são reconhecidas. Eles cobram também o repasse mensal de um salário mínimo por um período de cinco meses, ou até solucionar a questão de sua moradia, para famílias que estão no abrigo provisório do Parque de Exposições.

Outro ponto de reivindicação é o reconhecimento e ressarcimento das perdas dos carroceiros, já que seus ganhos passaram de R$ 2.200 reais/mês para R$ 400,00 por causa da barragem de Belo Monte; o reconhecimento dos moto-taxistas como categoria atingida e atendimento de sua pauta de reivindicação; a legalização de terrenos ocupados por famílias no bairro Bela Vista, a colocação de água e a implementação de outras políticas públicas necessárias; agilidade no processo de reassentamento ou indenização das famílias atingidas do Assurini; liberação de terreno e construção de casas no Acampamento Novo Horizonte, construção de hospital público e escola de ensino médio em Brasil Novo; liberação de 100 cestas básicas em caráter de emergência para as famílias acampadas em Brasil Novo, Vitoria do Xingu e Altamira; liberação de terreno e construção de casas no acampamento em Vitória do Xingu e melhora nas condições de trabalho dos operários.

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Ações: Empresas e Violações dos Direitos Humanos, Impactos de Megaprojetos

Eixos: Terra, território e justiça espacial